26 novembro 2011

A chegada do bebê

O que fazer para que a relação pai e mãe não atrapalhe a de marido e mulher


A chegada do bebê traz grandes mudanças para um casamento. Mesmo sendo muito desejado, inevitavelmente, o nascimento do filho transformará a rotina do casal. A família que antes era composta por dois, passa a contar com um terceiro membro e isto vai exigir a total atenção tanto da mulher quanto do homem.

A mudança de marido e mulher para pai e mãe pode trazer alguns conflitos para a relação, já que muitas mulheres, nos primeiros meses do bebê, deixam de lado o papel de esposa para dedicar-se inteiramente ao papel de mãe.

Para a psicanalista Elza Marques Caloba, do Hospital Moncorvo Filho no Rio de Janeiro, a chegada do bebê pode tanto gerar conflitos como alegria e fortalecimento à união; isso vai depender da aceitação subjetiva dos pais.

Ela afirma que é natural a alta dedicação feminina à maternidade. “A mulher agora está gerando um ser dentro dela e claramente de uma forma saudável vai precisar se dedicar a esse empreendimento.”

Segundo a especialista, para que esta dedicação não ultrapasse o limite e interfira negativamente na vida íntima do casal, é necessário que a mulher saiba distribuir seu tempo entre a dedicação ao companheiro e a gestação do filho, fazendo com que este partilhe com ela desses momentos. “É fundamental que estejam juntos na preparação do que o filho vai precisar para nascer saudável e querido.”

Responsabilidade mútua

Com o nascimento do filho, as responsabilidades do casal aumentam ainda mais. Além dos compromissos com as contas da casa, compra do mês e organização do lar, agora terá o bebê, que certamente ocupará grande parte do tempo dos dois.

“A chegada de um novo membro não pode ser vista como a de uma visita que chega e vai embora. As responsabilidades são geradas na medida em que foi conversado e avaliado pelo casal o significado de ser pai e mãe”, explica Elza Caloba.

Para a especialista, os conflitos entre o casal só surgem quando as tarefas não são claramente definidas antes da chegada do bebê, quando apenas um, normalmente a mãe, fica sobrecarregado. “O lugar de esposa não ficará excluído se as novas tarefas forem partilhadas e o lugar de marido e mulher não se reduzirá ao de pai e mãe”, frisa.

“Vemos casais em que a mulher chama o marido de ‘paizinho’ e este se dirige a ela chamando-a de ‘mãezona’. Dessa forma, os lugares se sobrepõem e fica confusa a dinâmica familiar. Há situações em que mesmo não procedendo assim verbalmente fazem-no por atuações indiscriminadas”, acrescenta a psicanalista. 

De acordo com Elza Caloba, não há função pré-determinada para o homem e para mulher. Antes do nascimento do bebê isto deve ser discutido e definido entre eles. “Cada um dos pais tem suas limitações e suas preferências; a cada momento vão poder buscar pela via do amor uma distribuição dos afazeres.”


“Precisamos lembrar que mesmo com vários manuais de como ser mãe e ser pai, é só no aqui e agora de cada momento que a experiência vai se consolidando e fluindo a segurança de cada instante”, finaliza. 

Fonte: Arca Universal

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