A história do alpinista obrigado a amputar o próprio braço direito com uma faca, para poder libertar-se após ter ficado preso por uma rocha durante 127 horas. O drama virou filme

O alpinista norte-americano Aron Ralston Lee, de 35 anos, ficou mundialmente conhecido após ter passado por uma situação limite, em maio de 2003, quando explorava o Grand Canyon, em Utah, nos Estados Unidos (EUA). Sem ter avisado a ninguém sobre sua aventura, ele estava sozinho quando sofreu um incidente, que deixou seu antebraço direito preso em uma rocha. Após cinco dias, não tendo como se desvencilhar, ele foi obrigado a optar pela amputação de parte do braço, usando uma faca, para poder sobreviver.
Engenheiro mecânico por formação, Ralston deixou o emprego na multinacional de informática Intel, em 2002, para poder se dedicar a sua paixão por escaladas. Mesmo após o acidente, ele continuou explorando montanhas, como na expedição “A Subida Ojos del Salado”, no Chile e em Monte Pissis, Argentina, em 2008.
Em um livro autobiográfico, publicado em 2004, ele conta que pensou várias vezes que iria morrer, durante o período que passou preso no Grand Canyon. Enquanto tentava livrar o braço, tomava lentamente a pouca quantidade de água que ainda tinha consigo. Ao achar que seus esforços seriam inúteis, chegou a esculpir seu nome, data de nascimento e provável data da morte na parede de arenito do desfiladeiro, além de um último adeus a sua família.
Todavia, ele não desistiu de viver. Mesmo fraco, desidratado e até delirando, passou a preparar a amputação do seu braço direito, preso pouco abaixo do cotovelo. Após a conclusão drástica, mas necessária, que resultou na sua libertação, ele ainda teve de andar quase 30 quilômetros até chegar ao local onde estava o seu carro.
Sangrando muito, sem telefone celular, o alpinista também não tinha como se comunicar com ninguém. Durante a caminhada até o veículo, encontrou um casal de holandeses, que fazia um passeio de férias no local. Eles lhe deram água e, em seguida, alertaram as autoridades. Seis horas após a amputação, ele foi resgatado de helicóptero por uma equipe de busca.
O braço dele chegou a ser recuperado, sendo retirado de debaixo da pedra por uma equipe de resgate. Foi necessária a força de 13 homens para mover a pedra que o prendia. Infelizmente, não foi possível reimplantá-lo em Ralston, que decidiu cremá-lo. Seis meses depois do incidente, ele retornou ao local, no dia do seu aniversário, para filmar um documentário exibido pela tevê dos EUA e também espalhar as cinzas da parte amputada do seu braço.
Hoje, casado e pai de um garoto de 1 ano de idade, o alpinista tornou-se conferencista corporativo, após transformar sua dramática experiência em uma palestra, que ele leva a vários executivos em todo o mundo. Já chegou a participar do Fórum Econômico Mundial, na Suíça, discursando sobre o fato de ter ganhado sua vida de volta, após a perda que teve. O relato de Ralston é tão forte, que não são poucos os casos de pessoas que passam mal e até desmaiam ao ouvi-lo contar detalhes de sua amputação.
127 horas, o filme
Veja o trailer de "127 horas":
Via: Arca Universal
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